terça-feira, 28 de abril de 2015

Educação, Tecnologia, Indústria Cultural

    Sou professora pedagoga e estou coordenando um grupo de estudo no Colégio Estadual Senador Attílio Fontana, no município de Toledo, Estado do Paraná referente a temática "O uso das novas tecnologias no processo de ensino-aprendizagem" e em um dos encontros discutimos os textos: 
* "Indústria cultural e educação: situando o tema" escrito por Leda Aparecida Pedroso
* "A indústria cultural invade a escola brasileira" escrito por Eliziara Maria Oliveira Medrano e  Lucy Mary Soares Valentim.
      Após as discussões o grupo formado pelos professores: Carine Ane Jung; Eni Poletto; Genivaldo Couto; João Batista de Souza; Nariete Raquel F. Kirch; Rogélio José de Oliveira; Solange Florencio da Silva e Sônia Mar Araújo, elaborou uma síntese sobre cada um dos textos estudados.

      Em relação ao primeiro texto "Indústria cultural e educação: situando o tema" a autora,  Leda Aparecida Pedroso, inicia mencionando que o “canto da sereia” da indústria cultural diz respeito à promessa de felicidade oferecida pela comercialização de bens materiais e culturais oferecidos pela mídia no chamado “mundo globalizado”. No entanto, há uma grande contradição entre o que se diz particular e a totalidade, onde conforme argumenta a autora não há necessidade de mudanças estruturais na sociedade, pois há no nosso país um grande acesso, ou seja, há uma democratização quantitativa da internet, o país possui grande número de aparelhos de TV e celular, porém, o uso educacional destas tecnologias ainda não é uma realidade nos estabelecimentos de ensino. 
     Além do mais, os recursos tecnológicos são limitados, e os alunos não possuem conhecimento sobre as possibilidades pedagógicas das tecnologias, sem contar que o acesso precário às tecnologias na escola não contribui para a inserção digital. 
Fica então o seguinte questionamento: somente a criação de páginas na internet trará uma mudança social consistente? 
      A democracia também é questionada no que tange ao seu conceito frente à influência política da mídia, onde esta influencia e é influenciada pelos acontecimentos. 
     A introdução de novas tecnologias nos ambientes educacionais não contribuiu para resolver os problemas dos classificados como “analfabetos funcionais”, pois não mudou substancialmente a estrutura de ensino, assim continuamos na situação de “dependência e servidão” sendo este o objetivo último da indústria cultural, ou seja, um meio de tolher a nossa consciência. 

     O segundo texto "A indústria cultural invade a escola brasileira" de Eliziara Maria Oliveira Medrano e Lucy Mary Soares Valentim  revela que a educação brasileira é marcada por desníveis, onde a ação educativa se processa de acordo com a compreensão da realidade social em que se está submersa, assim a organização do ensino se dá de forma fragmentada pela burguesia brasileira, visando o atendimento e interesse da mesma com política envolvida no processo educativo, conduzida pela elite.
     O ensino é considerado modernizado, segundo o fordismo, influencia da indústria, onde os alunos são como produtos: industrialismo moderno. 
    A indústria cultural vem ganhando espaço nas mais diversas áreas sociais, inclusive no meio escolar, onde há a relação de troca de mercadorias, o produto cultural se torna valor de troca, visando entorpecer o homem na sociedade de massa e transformar o consumidor em um cidadão acrítico. 
     Nesta perspectiva a escola precisa abrir um canal para saber o que os alunos gostam de ver na mídia e problematizar isso, pois os meios de comunicação em massa medeiam as estruturas sociais, questões que precisam ser debatidas e estudadas a fundo nos bancos escolares. 
    A indústria cultural entra na escola através de materiais didáticos, atraentes e lucrativos para as editoras, além de pacotes de programas curriculares aos professores que pouco eficazes são para necessidade do momento. 
     Nós nos acomodamos em receber ordens, mas deveríamos refletir sobre nosso trabalho de forma permanente, pois a educação precisa de uma autorreflexão. Precisamos de um processo educacional que privilegia a sistematização de informações aos alunos, e não que este seja mera presa da situação social existente, pois não temos o direito de modelar as pessoas a partir do seu exterior. É preciso considerar a individualidade do ser humano, com suas origens próprias, suas diferenças individuais e sua história de vida.

Referência Bibliográfica:


MEDRANO, e. m. o; VALENTIM, L. m. s. A indústria cultural invade a escola brasileira. Cadernos Cedes, ano XXI, nº 54, agosto/2001. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v21n54/5270.pdf. Acesso em 08/04/2014.

PEDROSO, L. A. Indústria cultural e educação: situando o tema. In: PEDROSO, L. A; BERTONI, L. M. (Orgs). Indústria cultural e educação (reflexões críticas). Araraquara: JM Editora, 2002, p. 07-12.





domingo, 26 de abril de 2015

Educação, Tecnologia, Indústria Cultural: Qual a relação?




      Olhar para a realidade atual desconectada da tecnologia, torna-se algo praticamente impensável. No entanto, a realidade tecnológica, apesar da infinita gama de aspectos positivos trazidos à sociedade, carrega também, traços negativos da indústria cultural, do conhecimento tratado como mercadoria.
      À escola pública cabe a tarefa de conhecer e utilizar as novas ferramentas tecnológicas aplicadas à prática pedagógica, de modo a descortinar os traços negativos que o mau uso destas ferramentas, ou bem como, da ideologia expressa e disseminada nos meios tecnológicos. Assim, a educação estará cumprindo com a sua tarefa crítica e transformadora da realidade social.